quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Joaquim e as estrelas

De repente, tudo perde o sentido. O entusiasmo foi junto com aquela vida. Num passeio noturno para ver a lua. Num passeio na praia. Num brinde ingênuo.
Agora, só as palavras confortam. E, mesmo elas, tão facilmente sábias, me fazem correr em prantos de novo.

Queria que meu coração batesse em tuas mãos. Que você pudesse segurá-lo com todo o cuidado do mundo. Como quem segura aquela granada, num misto de tensão e carinho.
Só quero poder descansar em paz, sem esse sufoco, essa sensação de estar prestes a se afogar. Nas próprias lágrimas. Lágrimas de morfina. Só essa química me salva. Essa ilusão de que essa dor é passageira.

Mas essa pressão aqui dentro vai se dividindo a cada passo que dou. Vai reduzindo pela metade. A cada abraço que dou. A cada beijo que ganho. Mas sempre pela metade. E nenhuma metade chega ao fim.

O tempo pode tentar passar mais rápido para mim, mas com o tempo, perco um pouco do homem que ele nem chegou a ser. Estou tão perdido, que vou esperar esse mesmo tempo dar um jeito. Que anoiteça logo para eu ver minha estela. Que seja eterno assim.

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